domingo, 24 de julho de 2016

O rio visto pelos meninos do Irajá

Hoje eles tomaram um cerveja e estavam falantes. Ai resolveram me mandar a real.  "Irajá é violento tambem, tem tanto crime como no resto do rio ou talvez mais". Eles disseram que tem muita coisa que a televisão não mostra.  Coisas como as rixas de bairro e as brigas de torcida. Disseram os jovens que as pessoas de um bairro se forem descobertas em outro correm o risco de serem atacadas (?). Não entendi. Questionei a eles que se eu fosse morar no rio, então, se chegasse num bairro teria que ficar ali pra sempre? E trabalhar? Se fosse trabalhar em outro bairro aconteceria isso? Eles insistiram que sim. Lembrei das brigas de torcida na juventude, realmente tinha essas coisas, uma vila contra outra. Mas uma coisa era a molecada, outra os adultos. Mas ai, para os adultos tem as rixas das escolas de samba. Caraca.. Muita treta fácil. Mas o metrô e os ônibus lotados carregando as pessoas de lá pra cá, integrando a cidade toda com suas linhas, provam que esse conflito, se existir, não se estende a toda a população. Fui olhar as estatísticas de violência do Irajá e para surpresa minha foi o distrito policial do Irajá o que mais registrou ocorrências...Não entendi nada. Como o distrito de um bairro tão tranquilo registra tantas ocorrencias? É porque a delegacia do Irajá é responsável por assistir a comunidade do chapadão, que não é no Irajá e que ali sim tem um alto índice de violência. E não só a do. Chapadão, tem outras também. Ai deu pra entender. Lendo pelos números da delegacia então o lugar mais violento do Rio é o Irajá. Mesmo sendo o bairro mais tranquilo do Rio. Impressionante como números sem contextualização podem induzir a erros.

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